Oxaguiã em
certa ocasião decretou guerra a todos seus inimigos. Como eram muitos,
precisava de muitas armas. Pediu a Ogum que as forjasse, delas dependeria sua
vitória ou derrota.
O ferreiro
se pôs a trabalhar com sofreguidão, mas tantos eram os armamentos necessários
que sua forja já não dava
conta. Iansã, sua mulher na época, ofereceu ajuda e começou a soprar a forja
para que o fogo se avivasse
e Ogum pudesse continuar seu trabalho.
Esse esforço
conjunto fez com que as encomendas saíssem à perfeição e assim a guerra foi
ganha. Oxaguiã, contente e agradecido, resolveu fazer uma visita ao casal
reconhecendo o valor do trabalho feito por eles.
Ao conhecer
a bela mulher ficou totalmente apaixonado e tudo fez para que ela o
acompanhasse.
As belas e
encantadoras promessas feitas em sussurros encantaram Iansã e ela se foi com o
rei para seu castelo deixando Ogum desanimado e tristonho.
Anos mais tarde
nova guerra foi decretada. Oxaguiã correu a casa do ferreiro para fazer nova
encomenda, conhecia e respeitava o trabalho de Ogum, este, porém o recebeu
friamente dizendo que desta vez já não contava com o valioso sopro de Iansã o
que deixava sua forja fria para o feitio de tantas armas.
O rei
garantiu-lhe que teria o sopro necessário. Chegando ao seu reino ordenou à
mulher que ajudasse Ogum, mas teria que ser dali, não poderia voltar ao velho
lar.
Depois de
muito pensar no que fazer, Iansã sentou-se em frente a uma janela da torre mais
alta da construção e começou a soprar. Primeiro em pequenas baforadas que
apenas faziam brisa.
A casa do
ferreiro ficava do outro lado da terra e o sopro a ser enviado tinha que ser
mais forte.
Concentrando-se
em sua tarefa, puxava o ar e o soltava cada vez com maior ímpeto. Em pouco
tempo o sopro transformou-se em vento que balançava as folhas das árvores.
Ao cair da
tarde transformara-se em um tufão que varria todos os campos e terras por onde
passava e chegava à forja de Ogum com a força necessária para avivar o fogo tão
necessário.
Reconhecendo
o esforço da mulher querida, ele se pôs a trabalhar com afinco. Pelas cidades
onde os ventos passavam todos habitantes prostravam-se em terra para louvar a tempestade da bela Oyá.
Foi assim
que Oxaguiã venceu a guerra novamente, usando o trabalho do casal que ele
separara. Ainda hoje, quando há missões especiais, Ogum se põe em frente à
forja e Iansã de sua torre sopra com energia. Separados por quilômetros de
terra, encontram-se a força e a tempestade!
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