sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Umbandista com orgulho


Sou umbandista com orgulho não tenho vergonha do que sou, vivo mostrando o que sou não escondo minha religião. Se sofri preconceito? Sofri  sim mas superei de cabeça erguida e mostre q a umbanda não e nada do que imaginavam por que a umbanda não é o mal, umbanda não é pra deixa ninguém rico mas umbanda e pra a gente ter paz é pra evolui umbanda e ajuda o próximo sem ver quem a umbanda e amor e paz e caridade.
Hoje em dia posso falar que sei o que e ser umbandista que eu sei q ser umbandista não e so vesti branco, hoje sinto o peso das Guias nos meus pescoço hoje sei  das minhas responsabilidades, apesar da minha pequena idade abri mão de varias coisas pra esta dentro de um terreiro honrando minha religião honrado o que amo pra tenta ser merecedora do que tenho La dentro que não é pouco e se me perguntarei hoje si La e meu lugar eu falo com toda certeza é sim ...
Sou umbandista não so porque esse e meu destino sou umbandista porque amo estar La, La e minha vida  La e ondi me sinto bem La que meus irmão de Fe estão ondi esta a minha evolução
Ali naquele terreiro de umbanda naquela casa de Fe naquela igreja foi que me encontrei e antes que falem e uma igreja sim ondi todos procuramos a mesmas coisas doque nas outras encontra DEUS a salvação procuramos a evolução procuramos ser pessoas melhores. Sou uma UMBANDISTA com orgulho e ainda quero aprende muito sobre ser umbandista e sei q Oxala vai me da Vida e Saude pra saber MT sobre a umbanda . Axe pra Todos irmãos do Axei

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O que eu sinto na hora da incorporação



Incorporação é uma coisa muito bem complicado é uma coisa muito seria devemos pensa muito antes de toma essa decisão comigo  com muitas pessoas foi diferente não tivemos tempo de pensa se queríamos aquilo mesmo ou mesmo quando era a hora certa pra se desenvolve mas pronto estava na hora sem mesmo eu pensa sem eu mesmo ter entendido porque era hora mas era hora e tinha que me desenvolve mas se era hora e eu sei que tudo aquilo era pro meu bem me desenvolvi mas e aquelas sensações que sinto e muitas coisas ate hoje não entendo mas ta to ali pra poder desenvolve cada dia mas aprende cada dia mas e poder ajuda os meus guias as minha entidades a ganhar luz a evoluir. E a sensação e boa e diferente quando estou na frente do conga e me concentro eu sinto o meu chão abrir então sinto meu corpo estremecer e vejo a entidade o guia si aproxima de mim e tudo embasar ate sumir tudo e não ver mas nada. Na hora da desencorpoção tudo volta a minha visão aos poucos e a mesma sensação do chão abrir e fico meio avoada meio como posso falar  bem desligada do mundo mas isso vai voltando aos poucos.

A Umbanda que eu conheço



Desde quando entrei no terreiro conheci outros terreiros, todos diferente do meu terreiro, mas como todos sabem cada terreiro mesmo que si for da mesma cidade e diferente sempre tem algo diferente: e diferente a abertura dos trabalhos, diferentes as cantigas o jeito q a entidade se cumprimento ate a doutrina da casa então não devemos julgar os errados porque não existe uma cartilha ou alguma coisa que fale que aquele terreiro e certo ou aquele outro errado, devemos respeita todos não só os terreiros de umbanda, mas sim todas as religiões porque todos estão seguindo louvando agradecendo um só DEUS.
Então vou fala um pouco da umbanda que eu pratico que eu frequento n vou referir como umbanda porque umbanda são todos os terreiros então vou falar um pouco do terreiro que eu frequento e que eu tanto amo.
O meu terreiro e o mas antigo de Itapeva-sp, ele sempre esta cheio graças a nosso Pai Oxalá mas sempre queremos manter nossa ordem e nossa tradição. A gente trabalha com varias linhas sendo elas: Ogum, Caboclo, Xangó, Yemanja, Yansa, Oxum, Preto velho, baianos, boiadeiros, ciganos, exu pomba gira, criança (eré) entre outros, trabalhamos com exu e pomba gira uma vez por mês no começo do mês para a limpeza da casa e pra ajudas deles trabalhamos com todas as linhas com amor e respeitos trabalhamos com bebidas e cigarro mas nenhum médium usam isso com forma de respeito temos um tempo certo pra isso não podem incorpora uma vez e já esta bebendo e fumando td tem seu tempo tem umas certas regras. 
No terreiros os homens todos usam calça branca e camiseta branca e as mulheres de saia dse renda e branca e camiseta branca na segunda feira, na sexta feira são todos de camiseta vermelha. La todos é tratamos como irmão é todos iguais independendo de quem seja e do que são que somos do portão pra fora não interfere em certa forma no terreiro isso não incluindo coisas erradas tipo usar certos tipos de coisas a gente tem que se cuida para estar bem La dentro. Quando entramos no terreiro deixamos tudo pra fora e só com a cabeça concentrada em Oxalá La não vemos pra quem a gente ajuda quem fazemos caridade.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Umbanda o que eu, Julia Engue sinto sendo umbandista.




Oi pessoal hoje pensei em fazer algo diferente, pensei em falar no que eu sinto no que eu faço dentro do terreiro que frequento e o que acho sobre tudo isso, não sei se vocês vão gostar mas vou tentar e vou falar tudo ta bem então vou começar.
A primeira vez que tive minha 1 manifestação mediúnica eu tinha 10 meses de vida, certo q eu não me lembro mas meus pais sempre me falam isso o que eu lembro que eu sempre via as entidades e eu n via algo bizarro eu via como pessoas igual a uma pessoa encarnada eu falava com eles e nunca tive medo. Eu sempre levava bronca quando estava errada e sempre abaixei a cabeça. Uma das entidades que eu nunca esqueço que sempre vejo e que amo muito (eu amo todos mais ele é meu 2º pai) é Seu Zé sempre que eu estava triste, com medo , ou aprontando, ele estava ali pra me ajuda e me ensina ir em frente, me mostrar o caminho certo e pra me da uma bronca e mostrar que aquilo era errado e eu nunca tive duvida do amor que ele sentia por mim, nem ficava brava do que ele me falava e me ensinava, então quando completei 7 anos de idade eu entrei pela 1ª vez no terreiro não foi nada fácil eu era uma criança é não sabia na verdade o que estava acontecendo comigo, pra mim era normal vê as entidades era normal vê a minha tia que já tinha atravessado o grande rio, e a partir daquele dia que entrei la comecei a entender menos ainda porque não via só o seu Zé, Pai João, a Dona Maria Redonda entre outros estava vendo eguns também e ai sim eu morria de medo deles, garanto que eles não são nem um poço bonitos mas como eu chorava muito a minha avo via eu com medo e falou pra eu sair do terreiro e fica ate eu crescer um pouco e começa a entende tudo aquilo que estava acontecendo. Então o tempo foi passando e minha mediunidade avançando cada vez mais eu fui vendo cada vez mais, como todos sabem chega uma hora que você tem que cuida da sua mediunidade, você tem que cuidar dos seus guias, você tem cuidar do seu lado espiritual então com 13 anos voltei pro terreiro, só que não queria me desenvolver tinha medo de incorporar e meu pai e minha vó me achavam nova para o desenvolvimento e eu também então não me puxava então comecei a passar mal senti influências e segurar porque nunca tinha sentido algo tão forte como aquilo então um dia de trabalho de caboclo meu pai desincorporou o Caboclo Folha Pequena e seu Zé arriou e me puxou pela 1 vez e falou que era pra começa a me puxar pro desenvolvimento e começou a me puxar e logo meus guias começou a encostar a e eu tinha medo da língua do povo, medo do que eles estavam pensando e posso falar que ate hoje sobre isso mas tinha medo caia porque não deixava eles vir eles me derrubavam ate que um dia eu lembro como si fosse hoje, numa madrugada de quinta feira eu tive um sonho e nesse sonho eu estava em pé em frente ao seu Tranca Rua e ele me falou assim. Já que o irmão, mas velho já veio ele já pode vim e nisso ele passou a capa em mim, e nisso eu incorporei o Exu no sonho, só que eu não sabia que na sexta feira teria virada começamos. Na sexta feira começamos o trabalho como de costume e eu com muito medo de incorporar meu pai incorpora o seu Ogum Mege e ele me chama ele coloca a espada na minha Mao e eu senti que meu chão abriu e ali o meu Ogum arriou pela 1 vez ai todos vieram cantamos p ir embora chamamos Ogum e chegou a hora de chama os Exus e eu ali com medo mas quieta no meu canto sinto minha perna entortar e minhas costas doer e minha mãe me leva para
Seu Tranca Rua e ele só me falou assim. O que revelo em sonho não preciso repetir em terra e depois desse dia eu trabalho com todas as linhas.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO NA UMBANDA


: O pai pode nos falar um pouco a respeito do desenvolvimento mediúnico na Umbanda?
Notamos que muitos médiuns adentram os terreiro sendo girados e logo são conduzidos para a sessão de atendimento após haver a incorporação isso é correto?
José Severino: Filho, o desenvolvimento mediúnico na Umbanda dever ser feito a custa de estudo e bom senso antes de mais nada. Abordamos isso logo no início desta respostas, pois é o que mais encontramos em meio as médiuns sejam homens ou mulheres que tentam ingressar na Umbanda nos dias de hoje, mais movidos por um sensacionalismo e ilusão do que por amor a religião, pois quem ama faz direito filho, pois faz mais com o coração.
Notamos ainda nos dias de hoje médiuns sendo girados dentro dos terreiros para manifestarem sua mediunidade, ato totalmente reprovável, pois o mesmo faz com o que o duplo etéreo do médium se desloque alguns centímetros ao lado de seu corpo, permitindo assim que o corpo mental capte a energia reinante no ambiente,
salientando que em certos lugares encontramos espíritos levianos se fazendo passar por pais e mães velhos, exus de lei e diversas outras entidades que compõem o grupo de espíritos comprometidos com a lei de Umbanda e neste ambiente desregrado, onde falta estudo acima de tudo se manifestam nesta ação iniciando-se processos de obsessão por fascinação que irão com o passar do tempo para casos mais complexos.
Quando promovemos os estudos da mediunidade em uma casa, em grupo de médiuns é estimulado o lado do conhecer a si próprio e ver o quanto o mesmo se trai com as ilusões disfarçadas nos atendimentos mediúnicos, pois notamos que a maioria dos colaboradores de um terreiro não querem varrer chão, limpar o banheiro ou serem cambonos, mas sim, movidos por esta ilusão desejam o ato da incorporação esquecendo-se que toda atividade que envolve um terreiro é viável e tem seu valor junto aos que frequentam o mesmo.
Nos estudos mediúnicos devem os médiuns primeiros compreenderem a responsabilidade que os espera, promover sua reforma intima, sua postura doutrinária e acima de tudo ligarem seus espíritos e propósitos mundanos com os propósitos de Deus. O que surge com o tempo dentro do fenômeno incorporativo é o resultado desta busca e isso não ocorre da noite para o dia.
Acreditamos que em futuro não tão distante estas casas que ainda hoje recorrem a estas práticas antiquadas em sem surtir efeito inteligente, mudem suas posturas doutrinárias, pois a maioria dos médiuns de hoje se voltam para o interesse de estudas a Umbanda e compreende-la separando o que é fundamento energético e ilusão temporária.
Para finalizar lembramos as palavras de um ponto de umbanda:
“Umbanda tem fundamento, é preciso preparar”
Preparo filho, não vem da noite para o dia, mas sim com o tempo e ainda vale rememorar: “Trabalhador pronto o trabalho aparece…”

O PROBLEMA DA MISTIFICAÇÃO


 - Todos os médiuns podem ser mistificados?
 - A mistificação mediúnica ainda é problema que requer minucioso estudo e análise isentos de qualquer premeditação pessoal, porquanto nela intervém inúmeros fatores desconhecidos aos próprios médiuns que são vítimas desse fenômeno.A Terra ainda é um planeta em fase de ajuste geológico e de consolidação física; a sua instabilidade material é profundamente correlata à própria instabilidade espiritual de sua humanidade. Em conseqüência, ainda não podeis exigir o êxito absoluto no intercâmbio mediúnico entre os “vivos” e os “mortos”, pois que depende muitíssimo do melhor entendimento evangélico que se puder manter nessas relações espirituais. Só os médiuns absolutamente credenciados no serviço do Bem, e assim garantidos pela sua sintonia à faixa vibratória espiritual de Jesus, é que realmente poderão superar qualquer tentativa de mistificação partida do Além-Túmulo. Na verdade, os agentes das sombras não conseguem interferir entre aqueles que não se descuidam de sua conduta espiritual e se ligam às tarefas de socorro e libertação dos seus irmãos encarnados.
 - A mistificação que pode dar-se com o médium significa porventura descuido ou indiferença dos seus guias espirituais?
 - Ela é fruto de circunstâncias naturais criadas pelo medianeiro, ou do descuido daqueles que ainda imaginam a sessão espírita como um espetáculo para impressionar o público.O Espírito mistificador sempre aproveita o estado de alma, a ingenuidade ou a vaidade do médium para então mistificar. No entanto, podemos vos assegurar que a mistificação não acontece à revelia dos mentores do médium, embora eles não possam ou não devam intervir, tudo fazendo para que os seus intérpretes redobrem a vigilância e acuidade psíquica, a fim de se fortalecerem para o futuro. Na verdade, a maioria das mistificações deve-se mais ao amor próprio exagerado, à preguiça mental, e também ao excesso de confiança dos médiuns no intercâmbio tão complexo e manhoso com o plano invisível, em que se abandonam displicentemente à prática de sua faculdade mediúnica.
- Baseando-nos em vossas palavras, pressupomos que a maioria dos médiuns pode ser mistificada; não é assim?
Alguns confrades espíritas explicam-nos que a mistificação, em certos casos, tem por objetivo principal extinguir a vaidade do próprio médium. Há fundamento em tal afirmação?
- Os mentores de alta estirpe espiritual nunca promovem qualquer acontecimento deliberado de mistificação mediúnica; e não o fariam mesmo que pudesse servir de advertência educativa para o médium vaidoso. O próprio médium é que oferece ensejo para a perturbação ou a presença indesejável no seu trabalho. Algumas vezes a base da mistificação é cármica, e por isso o médium não consegue livrar-se dos adversários pregressos, que o importunam a todo momento, procurando mistificá-lo de qualquer modo e dificultar-lhe a recuperação espiritual na tarefa árdua da mediunidade. Não cremos que a vaidade dos médiuns desapareça só porque sejam vítimas da mistificação corretiva. Em geral, quando eles comprovam que foram iludidos pelos desencarnados, sentem-se profundamente feridos no seu amor-próprio e então se revoltam contra a sua própria faculdade mediúnica.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Um Dia Num Terreiro de Umbanda



 

Era dia de gira. O terreiro já estava todo limpo e preparado.

Os médiuns responsáveis pela limpeza daquele dia conversavam alegremente.

A dirigente e as mães pequenas já haviam feito todas as firmezas e podiam agora se juntar aos demais médiuns para um entrosamento maior.

O ambiente era tranqüilo e feliz.

Duas horas antes do início efetivo da sessão começaram a chegar os demais médiuns pertencentes a Casa.

Uns mais efusivos que outros como ocorre em todo grupo, todos se cumprimentam alegremente.

Faltando uma hora para o início dos trabalhos é iniciada a palestra destinada a assistência e médiuns.

Com a palestra já quase no fim, eis que chega Dora, médium de pouco mais de três meses na Casa.

Entra quieta e apressada, cumprimenta os irmãos de corrente com um “Oi” geral, um sorriso amarelo e vai direto para o vestiário trocar de roupa. Alguns médiuns se entreolham sem saber o porquê daquela irmã nunca se entrosar com eles.

Chega sempre em cima da hora da sessão, nunca se oferece para ajudar na faxina do terreiro e nem participa das obras assistenciais. Mesmo quando é sessão de desenvolvimento, entra muda e sai calada.

Essa atitude dela vem já causando algum desconforto entre alguns médiuns, que resolvem, com a “melhor das boas intenções” perguntar a Mãe no Santo, faltando menos de 15 minutos para o início da sessão, se ela não sabe o porque desse “descaso” para com os irmãos e para com a própria Casa.

A Mãe no Santo responde:

- Deixem a Dora em paz... ela tem compromissos previamente assumidos que a impedem de estar mais tempo junto de nós. Isso não significa que ela não gosta da Casa ou de nós. Por que ao invés de ficarem especulando não tentam colocá-la mais a vontade em nossa Casa?

Mas Rodrigo é curioso... e dispara:

Mas Mãe, nem quando ela chega aqui ela fala com a gente direito... Entra muda e sai calada. Assim fica difícil fazer amizade com ela.

- Ela é tímida. Não lhe passou pela cabeça que a sua forma de aproximação pode assustá-la ou afastá-la? Menos julgamento, meu filho e mais amor...

Rodrigo não gostou da resposta da Mãe, mas silenciou pois o olhar dela lhe disse que o assunto estava encerrado, até porque a sessão já ia começar.

Vão para dentro do terreiro... diz a Mãe. Preciso me preparar.

Rodrigo vai para dentro do terreiro determinado a descobrir os “tais compromissos” e se Dora era realmente tímida ou antipática. Afinal, ele trabalhava tanto, fazia tanto pela Casa limpava, fazia faxina, chegava cedo no terreiro, participava das aulas, palestras, sessões de desenvolvimento... e tinha o mesmo tratamento que Dora? Recebia da Mãe o mesmo sorriso, a mesma atenção... Não achava justo isso. Ia dar um jeito de mostrar para a Mãe que ela estava sendo condescendente demais com aquela médium tão inexpressiva e indisciplinada.

Começa a sessão... os trabalhos transcorrem normalmente. Dora incorpora pela primeira vez o seu Caboclo... Saúda o Caboclo chefe e diz ao Caboclo da Dirigente:

Esse Caboclo tá muito satisfeito com o que seu aparelho vem fazendo com minha filha. Ela precisa de muita orientação e amparo. Não permita que turvem os olhos e o coração do seu aparelho com maledicências...

O Caboclo chefe responde:

Pode ficar tranqüilo. Meu aparelho já sabe.

Ao ver que Dora havia incorporado, Rodrigo sente aumentar ainda mais a sua inveja... e pensa “Agora que ela vai ter mais atenção mesmo... se sem incorporar nadajá recebia atenção... agora então...” Rodrigo tenta em vão escutar o que os Caboclos estão dizendo. A sua ansiedade não permitiu que ele mesmo incorporasse seu enviado de Oxoce. Desequilibrou-se e acabou ficando sem receber as irradiações maravilhosas de seu guia, que tenta exaustivamente chamá-lo a razão, dizendo a seu ouvido:

- Meu filho, reflita no real motivo que se empenha tanto em ajudar na Casa. É por humildade ou para “aparecer”. A Mãe tem que zelar por todos igualmente e é óbvio que irá se preocupar com os que mais necessitam. Abranda o teu coração e sossega teu pensamento para que possa fazer o que devia ser o teu primeiro objetivo aqui... praticar a caridade servindo de aparelho para mim e a tua Banda toda...

Mas nada... Rodrigo não lhe dava ouvidos. A corrente da Casa já havia anulado a ação dos espíritos trevosos que circundavam o terreiro, mas eles encontravam dificuldade em afastar alguns pois estavam encontrando ressonância de sentimentos em Rodrigo que estava com a “guarda aberta”.

O Caboclo Chefe, Sr. Pena Branca, foi avisado pelos guardiões o que estava se passando. Ele olhou Rodrigo que de tão cego que estava não percebeu o olhar do Caboclo. O sr. Pena Branca avançou em direção a Rodrigo que cantava pontos sem prestar a menor atenção a o que estava acontecendo a sua volta, pois o seu olhar estava fixo sobre Dora incorporada. Quando deu por conta, Sr. Pena Branca estava na sua frente... e falou:

- Curumim! Presta atenção na gira e não em médium. Presta atenção ao seu guia...

- Mas eu não estou sentindo a vibração dele... acho que não vem hoje...

- Ele está do seu lado! Sempre! Ele tem compromisso com você e com a Casa. Você é que está preocupado com coisa que não é para se preocupar e nem saber. Coisa que não deveria ser do seu interesse. Cuida do teu e do que veio fazer aqui!

Ato contínuo eleva a mão sobre a testa de Rodrigo sem tocá-la buscando cortar o elo de ligação com os espíritos trevosos que desta feita insistem em atuar no mental de Rodrigo.

Rodrigo fecha os olhos e balança suavemente para frente e para trás... o Sr. Pena Branca dá o seu brado e o Caboclo Flecheiro incorpora em Rodrigo.

Os dois conversam. O Sr. Pena Branca pede que seja enérgico com Rodrigo. Que o oriente a deixar os assuntos que não sejam de sua alçada fora de seus pensamentos. Que não seja intransigente com os irmãos, que controle a sua curiosidade e julgue menos. Que veja todos os irmãos iguais e que se conscientize do seu papel dentro do terreiro e dentro da Umbanda.

O Caboclo Flecheiro promete que irá continuar trabalhando mas que Rodrigo tem o seu livre arbítrio e pede ajuda nessa tarefa. O Sr. Pena Branca promete interceder também.

Iniciam as consultas e o trabalho transcorre com tranqüilidade.

Ao término da sessão Dora é só sorrisos. Feliz por haver incorporado pela primeira vez o seu Caboclo, quase corre para perto da Mãe e a abraça agradecida.

- Mãe, obrigada! As suas palavras ontem me deram novo incentivo, nova vida. Renovaram o meu desejo de crescer, estudar, evoluir. Fiz tudo direitinho conforme a senhora orientou e hoje vi que não estou louca... Cheguei aqui hoje ainda com um pouco de medo. Mas... Ele existe mesmo e a sensação é maravilhosa. Aqui é a minha Casa por que é a Casa Dele. Além do mais, hoje quando fui fazer a entrevista de emprego, me saí tão bem que já começo a trabalhar na segunda-feira e terei mais tempo para me dedicar ao Centro e aos estudos da espiritualidade.

A Mãe sorri e responde:

- Viu minha filha? Todos nós passamos por isso, sentimos esse medo, essa insegurança... só que alguns esquecem que um dia foram inseguros e tiveram seus problemas também.

Nesse momento a Mãe lança um olhar significativo para Rodrigo que abaixa a cabeça envergonhado.

Dora acompanha o olhar da Mãe e vê Rodrigo. Dirige-se a ele sorrindo e com os olhos cheios de lágrimas, diz:

- Rodrigo, você me ajuda? Gostaria muito de ajudar na limpeza de nosso terreiro e em todas as tarefas disponíveis, agora que arrumei outro emprego e não trabalho mais em dia de sessão. Como posso fazer? Falo com quem? Você sempre foi tão prestativo e atencioso comigo... pode me ajudar?

Felizmente a excitação de Dora não permitiu que ela percebesse o quão desconcertado e envergonhado Rodrigo estava, pois ele ouvira na íntegra a conversa entre o seu Caboclo e Sr. Pena Branca e agora ouvia aquilo...

A Mãe no Santo sorri. Mais uma lição havia sido aprendida por aquele filho tão querido. Ela volta-se para o Congá e sorri ao olhar a imagem de seu Caboclo e em pensamento diz: “Obrigada Pai! Obrigada Umbanda pela oportunidade do aprendizado constante!”


Mensagem Inspirada por Vovó Maria Conga da Bahia - Médium Mãe Iassan
Fonte: Livro: Umbanda - Mitos e Realidade